Estimulação Repetitiva
Qual a função do exame de Estimulação Repetitiva?
Neste exame detectamos a falha de transmissão desta informação após uma série de estímulos repetitivos. Quando há suspeita de doença da junção neuromuscular, é importante realizar a estimulação repetitiva em músculos distais, como na mão; músculos proximais, por exemplo, o músculo trapézio, próximo ao ombro e nos músculos da face.
Quais doenças o exame de Estimulação Repetitiva detecta?
Esse estudo é importante no diagnóstico de algumas doenças, como a miastenia gravis, o botulismo, síndrome de Lambert-Eaton e nas miastenias congênitas.
A miastenia gravis é a doença da junção neuromuscular mais comum. No Brasil, estima-se uma prevalência de 100 a 200 casos por milhão de habitantes, com um discreto predomínio em mulheres. Os pacientes se queixam de fraqueza flutuante, que piora com o exercício e é mais pronunciada ao final do dia. A fraqueza pode ser generalizada ou pode acometer um grupo muscular específico, como os músculos responsáveis por abrir e movimentar os olhos. Por ter caráter flutuante, ainda é subdiagnosticada e pouco reconhecida por médicos que não são especialistas.
Também é uma doença auto-imune, ou seja, é causada pela produção anormal de anticorpos contra o receptor de acetilcolina na membrana muscular. O receptor de acetilcolina é o responsável por captar a “informação” do nervo e “ligar”o músculo para que este desempenhe sua função. Se prontamente diagnosticada, é uma condição tratável e que tem boa resposta às medicações.
A síndrome de Lambert-Eaton, é também uma doença que pode ser auto-imune, no entanto os anticorpos produzidos bloqueiam a liberação da ‘informação’ pelo nervo. Pode ser associada a presença de alguns tipos de tumores, principalmente um câncer de pulmão chamado de carcinoma de pequenas células.
Muitas vezes os pacientes iniciam com o quadro neurológico e por conta do diagnóstico investigam a presença do tumor.
O botulismo também é uma doença da junção neuromuscular que pode ser diagnosticada através da estimulação repetitiva. É causado pela ingestão de uma toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum.
Esta bactéria é presente em sua forma adormecida no solo, nos sedimentos de rios e mares, sobre vegetais e alimentos, e pode sobreviver nesta forma por longos períodos. Elas “despertam” e se proliferam, produzindo a toxina, em alimentos que foram conservados de forma inadequada, como por exemplo conservas vegetais, principalmente as artesanais (palmito, picles, pequi); produtos cárneos cozidos, curados e defumados de forma artesanal (salsicha, presunto, carne frita conservada em gordura – “carne de lata”); pescados defumados, salgados e fermentados; queijos e pasta de queijos e, raramente, em alimentos enlatados industrializados.
A toxina causa paralisia dos músculos e, devido a propriedade de paralisar a musculatura, é utilizada de forma controlada e em pequenas doses para procedimentos estéticos. Os pacientes acometidos iniciam os sintomas com náuseas, vômitos, diarreia e/ou dor abdominal, evoluindo para turvação visual, queda das pálpebras e visão dupla. Posteriormente a fraqueza pode atingir todos os outros músculos do corpo, inclusive os músculos responsáveis pela respiração. É uma doença de notificação compulsória e deve ser prontamente reconhecida para ter seu manejo adequado.
Quando houver a suspeita de uma doença da junção neuromuscular o médico deve solicitar a realização da estimulação repetitiva.
Ref: Preston DC, Shapiro BE. Electromyography and neuromuscular disorders: clinical-electrophysiologic-ultrasound correlations. 4th edition. 2021.
“Meu desafio é não apenas realizar um exame, mas fazer uma avaliação completa e humanizada, para ajudar a resolver cada problema individualmente”
Sobre a Dra. Ana Marina
CRM/SP 172.719 – RQE Neurologia 74.196
RQE Neurofisiologia 741.961
- Neurofisiologista assistente da Clínica Dr. Ricardo Ferreira
- Coordenadora do serviço de Eletroneuromiografia da FMABC
- Médica assistente do Ambulatório de Doenças Neuromusculares da FMABC
- Membro titular da Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica
- Membro titular da Academia Brasileira de Neurologia
- Fellowship em Neurofisiologia com ênfase em Eletroneuromiografia pelo Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto – USP
- Fellowship em Doenças Neuromusculares pelo Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto – USP
- Residência Médica em neurologia pelo Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto – USP
- Graduação em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Entre em Contato
Realizo atendimentos na Clínica Dr. Ricardo Ferreira e também realizo exames intra-hospitalares.
- Agende sua Consulta
- (11) 94315-2735
- Venha nos Visitar
- Avenida República do Líbano, 2105 Moema - São Paulo